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2013

Edgar Andrés Londoño Niño

05/12/2013, 14h00, Sede do Programa

Tema de pesquisa: A tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru: limites e desafios de cooperação e integração da região fronteiriça

Orientador: Enrique Amayo Zevallos

Banca: Tullo Vigevani e Noemia Ramos Vieira

Resumo: A fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru encontra-se localizada na Amazônia que é uma região sul-americana compartilhada. O Brasil faz fronteira com dez países, seguido de Peru e Colômbia com cinco cada um. Este estudo se propõe analisar o processo de integração fronteiriça entre Brasil, Colômbia e Peru a partir de uma revisão dos principais elementos teóricos, históricos, geográficos e sociais que permitem entender a potencialidade e os limites da integração nessa Tríplice Fronteira desde o enfoque das Relações Internacionais. Cobra importância ao tentar contribuir, dentro da área da integração regional, a análise das fronteiras amazônicas. No primeiro capítulo, a revisão sobre o conceito de fronteira e seus entendimentos permite chegar a uma definição do que é a integração fronteiriça, evidenciando as particularidades das fronteiras amazônicas e os elementos que devem ser levados em conta para analisar a integração nessas regiões, como é a existência de uma história e recursos comuns. O segundo capítulo, mostra que a Tríplice Fronteira é uma região cujo contexto possibilita processos de integração e cooperação fronteiriça pela história e o processo de ocupação fronteiriça, assim como elementos sociais, jurídicos e de integração fluvial que fazem especial esse caso. No terceiro capítulo, faz-se uma análise do desenvolvimento da integração fronteiriça entre 2006 e 2011, a partir dos mecanismos de integração existentes, a revisão dos acordos internacionais durante esse período e as principais políticas de cada governo em matéria fronteiriça.

Palavras-chave: Fronteira, Integração fronteiriça, Brasil, Colômbia e Peru.

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Tainá Dias Vicente

08/08/2013, Unicamp

Tema de pesquisa: A aproximação entre os Estados Unidos e a Índia e o processo de negociação do acordo nuclear civil (2008)

Orientador: Sebastião Carlos Velasco e Cruz

Banca: Oliver Stuenkel e Paulo José dos Reis Pereira

Resumo: Esse trabalho é resultado do estudo do processo de negociação do acordo de cooperação nuclear civil, concluído em outubro de 2008, entre os Estados Unidos e a Índia. A pergunta que surge ao deparar com este objeto é como os países concluíram um acordo tão sensível às duas partes tendo um histórico de discordâncias em relação à política nuclear? Tratando-se de um tema sensível e de caráter estratégico, como a questão nuclear, chama a atenção que esses países, distantes na política internacional, tenham se aproximado a tal ponto. O trabalho discorre, portanto, sobre o processo de construção do acordo de cooperação nuclear civil que vem inserido em um contexto de aproximação diplomática e estratégica cuja iniciativa partira dos Estados Unidos. Algumas das motivações e implicações do acordo serão abordadas ao longo do trabalho, mas o objetivo é mostrar como ocorreu o processo de aproximação institucional entre os Estados Unidos e a Índia que resultou no acordo de cooperação nuclear civil.

Palavras-chave: Política nuclear. Política internacional. Estados Unidos – Relações – Índia. Índia – Relações – Estados Unidos.

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Roberto Andre Simon

29/07/2013, 14h30, Sede do Programa

Tema de pesquisa: As duas aberturas: redemocratização e política internacional no Brasil de Figueiredo (1979-1985)

Orientador: Clodoaldo Bueno

Banca: Monica Hirst e Antônio Carlos Lessa

Resumo: Esta dissertação debate as influências da transição democrática sobre a política internacional do Brasil, durante o governo de João Figueiredo (1979-1985). Com base em uma análise histórica, argumenta-se que as aberturas interna e externa, com a inédita aproximação entre o Brasil e seu entorno sul-americano, não foram apenas concomitantes, mas essencialmente

complementares. Mais ainda, o regime militar buscou usar a diplomacia como um de seus instrumentos para controlar a abertura ¿lenta, gradual e segura¿, enquanto outros atores nacionais, como partidos de oposição e sindicatos, também recorreram à arena externa tentando fortalecer suas posições no embate doméstico para definir o novo regime.

Palavras-chave: Redemocratização. “Abertura”. Política externa brasileira. João Figueiredo.

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Camila Cristina Ribeiro Luis

27/06/2013, 09h00, Sede do Programa

Tema de pesquisa: Ao mar, navegar é preciso: o pensamento estratégico da Marinha vis-à-vis a Política Externa Brasileira

Orientador: Samuel Alves Soares

Banca: Hector Luis Saint Pierre e William de Sousa Moreira

Resumo: O trabalho analisa a política externa do Brasil desenvolvida na vertente marítima de projeção do território brasileiro: o Atlântico Sul. Dialogando com a perspectiva de Raymond Aron de unidade da política, a ação externa se desdobra em duas gramáticas: a diplomacia e a estratégia, com suas linguagens particulares, em um exercício de antagonismos e complementaridades, cuja orientação fundamenta-se no poder político. A expressão da diplomacia consiste na ação de promover a cooperação e a solução pacífica de conflitos. Já a Defesa possui a função de evitar o conflito bélico por meio da dissuasão, ou ter capacidade de reagir, caso ocorra agressão militar ao Brasil. No Atlântico Sul, a ação constante e protagonista da Marinha do Brasil, fomentada pela ausência de condução política, e concretizada em sua ação estratégica, tornou-se um eixo fundamental da Política Externa brasileira nesta região, sendo a Marinha o ator impulsionador para o desenvolvimento Poder Marítimo brasileiro e não somente instrumento da ação. Considerando, portanto, a ação da Marinha na formulação da estratégia naval para aproveitamento do Poder Marítimo brasileiro, o objetivo da pesquisa é analisar a relação entre o pensamento estratégico da Marinha do Brasil e a Política de Defesa brasileira para o Atlântico Sul, no contexto da Política Externa..

Palavras-chave: Atlântico Sul. Marinha do Brasil. Política Externa. Estratégia. Diplomacia.

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Fernanda Petená Magnotta

30/08/2013, 10h00, Sede do Programa

Tema de pesquisa:  Porque as ideias importam: A crença no excepcionalismo americano como guia de formulação das “Grandes Estratégias” dos Estados Unidos no alvorecer da superpotência.

Orientador: Tullo Vigevani

Banca: Samuel Alves Soares e Carlos Gustavo Poggio Teixeira

Resumo: No despertar do século XXI, muito se tem discutido a respeito da longevidade do poderio norte-americano e sobre a capacidade do país de manter a estabilidade do sistema internacional. Ao terem emergido como uma superpotência global sem precedentes, os Estados Unidos da América (EUA) tornaram-se um tema indispensável para o entendimento das Relações Internacionais (RI). Não à toa que tanto se tem debruçado, nas últimas décadas, sobre o desafio de desvendar a chamada Pax Americana, em geral, e sobre a tarefa de compreender as origens domésticas de suas escolhas internacionais, em particular. Visando jogar luz sobre tal dimensão, portanto, este estudo se propõe. Esta pesquisa - de caráter qualitativo e explicativo - tem como tema geral o chamado “excepcionalismo americano” e possui como objeto de estudo a política externa dos EUA no período embrionário de sua liderança - particularmente no momento que compreende a consolidação da potência, entre 1917 e 1947. Pretende-se investigar de que modo tal componente ideacional manifestou-se na formulação e implementação das “grandes estratégias” do país desde sua entrada na Primeira Guerra Mundial até o estabelecimento da “Doutrina da Contenção”. O estudo parte da hipótese de que as ações dos EUA encontraram-se sujeitas, no período analisado, a um processo subjetivo de interpretação da realidade que esteve atrelada, sobretudo, à forma como os próprios norte-americanos percebem a si mesmos e ao modo como visualizam o seu papel no mundo em cada momento. Assim, embora tal crença tenha se materializado de diferentes maneiras - provida de caráter missionário ou exemplar, por exemplo - ela representa uma traço de continuidade, uma ideia-força, da política externa do país durante todo o período estudado.

Palavras-chave: Estados Unidos. Excepcionalismo Americano. Grande Estratégia. Ideias. Política Externa.

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Rodrigo Jorge de Lima

30/08/2013, 15h00, Sede do Programa

Tema de pesquisa: Política Externa Brasileira em Tempos de Transformação: modernização e inserção internacional (1889-1912).

Orientador: Tullo Vigevani

Banca: Clodoaldo Bueno, Livia de Carvalho Borges.

Resumo: A presente pesquisa pretende analisar as imbricações entre a agenda de política externa e aspectos de transformação no Brasil, tendo em vista o cenário político e econômico e o ambiente intelectual do país na virada do século XIX para o XX. Para tanto, busca-se compreender a modernização como um valor que integra a atividade diplomática no que tange aos objetivos de política externa e, portanto, a inserção internacional do Brasil nas primeiras décadas republicanas.

Palavras-chave: Política Externa. Modernização. Primeira República.

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Bruno Márcio Patricio Montenegro

20/06/2013, 10h30, Sede do Programa

Tema de pesquisa: Missão de Estabilização das Nações Unidades no Haiti (2004-2011): problemas, progressos e desafios.

Orientador: Héctor Luis Saint-Pierre

Banca: Suzeley Kalil Mathias e Eduardo Mei

Resumo: Este trabalho tem como objetivo principal compreender a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH), promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) no período que compreende de 2004 a 2011, através da análise de seu mandato e das suas três principais áreas de atuação, a saber: manutenção da ordem e da segurança; estabilização política e governança; e direitos humanos. Buscou-se entender os problemas que fazem com que o Haiti não dê sinais de recuperação e procurou-se identificar os progressos e desafios da operação na busca pela reconstrução do Haiti.

Palavras-chave: Haiti. MINUSTAH. ONU. Reconstrução.

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Gabriela Cristina Granço do Amaral

24/05/2013, 10h30, PUC-SP

Tema de pesquisa: A diplomacia de "ascensão pacífica" como estratégia de política externa da China: as relações com o Vietnã e as disputas sobre as ilhas

Orientador: Carlos Eduardo Ferreira de Carvalho.

Banca: Luis Antonio Paulino e Samuel Alves Soares.

Resumo: A rápida ascensão da China e seu crescente poderio vêm ampliando os questionamentos sobre o que fará para atingir a proeminência que julga merecer: se continuará aceitando a ordem internacional a que se ligou e na qual desenvolveu seu caminho de crescimento acelerado, ou se vai preferir contestar essa ordem, ou alguns de seus componentes básicos. A dissertação analisa as relações da China com o Vietnã, em especial o conflito em torno das ilhas do Mar do Sul, para os chineses, ou do Mar do Leste, para os vietnamitas. O objetivo é verificar como se aplica nesse caso a diplomacia de "ascensão pacífica", expressão adotada em 2003, e que quer sinalizar o interesse da China em ascender sem causar danos a outros país e sem abalar a ordem internacional, ou seja, o compromisso da China de promover o desenvolvimento do seu país e dos demais por meio de cooperação e paz. Os dois países têm disputas territoriais antigas em torno de ilhas localizadas em região de grande interesse para a segurança e para a projeção externa da China. A dissertação analisa a política externa o peso do nacionalismo na questão e examina os desdobramentos diplomáticos da disputa sobre as ilhas.

Palavras-chave: Política externa e diplomacia da China. Relações China-Vietnã. Ascensão pacífica da China.

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Eduardo Magalhães Rodrigues

23/05/2013, 15h00, PUC-SP

Tema de pesquisa: A organização internacional dos trabalhadores metalúrgicos na Mercedes-Benz do Brasil: perspectivas de contra-hegemonia local-global.

Orientador: Luiz Eduardo Waldemarim Wanderley.

Banca: Kimi Aparecida Tomizaki e Tullo Vigevani.

Resumo: A presente dissertação analisa a experiência de organização sindical internacional a partir dos trabalhadores na Mercedes-Benz do Brasil na cidade de São Bernardo do Campo. Digo “a partir”, pois a própria natureza do processo levou à conexão global com os trabalhadores localizados em unidades de outros países da mesma transnacional. Há, entre os atores políticos mais diversos, bem como no mundo acadêmico, a controversa questão sobre a importância do movimento sindical não só no Brasil, mas também em nível internacional. Isto é, contesta-se a respeito da efetividade do sindicalismo internacional diante a globalização hegemônica do capital. Uma questão diz respeito se as práticas adotadas, mesmo que ainda incipientes, significam uma futura alternativa ao modelo hegemônico. Outra trata se a perspectiva internacional sindical em curso pode contribuir para a manutenção ou novas conquistas para os trabalhadores. Tais questões são vitais, especialmente em um mundo de intensa e ainda crescente globalização em todos os setores sociais. Evidenciou-se a indicação de respostas positivas às dúvidas acima, sugerindo que, não obstante a crise atual, também, do movimento sindical internacional, trata-se de uma estratégia exequível e mesmo indispensável ao trabalhador. A metodologia seguida, além das referências teóricas, lançou mão, basicamente, da pesquisa de campo por meio do estudo de fontes primárias e entrevistas junto aos principais protagonistas da trajetória internacional que em 2014 completa 30 anos.

Palavras-chave: Sindicalismo internacional. Redes. Comitês Mundiais de Trabalhadores. Hegemonia. Contra-Hegemonia. Globalização. Movimento sindical brasileiro. Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Mercedes-Benz. Resistência internacional. Grupo Daimler.

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Leandro Bessa Souza

23/05/2013, 14h00, PUC-SP

Tema de pesquisa: O Brasil e o Regime Internacional de Não-Proliferação de Armas Nucleares: “adesão resistida” na inserção brasileira.

Orientador: Flávia de Campos Mello.

Banca: Reginaldo Nasser e Rafael Antonio Duarte Villa.
Resumo: O objetivo do presente trabalho é analisar o processo de adesão do Brasil ao Regime Internacional de Não-Proliferação de Armas Nucleares a partir do fim do regime militar no país em 1985, para identificar elementos de continuidade na Política Externa Brasileira no tratamento desse tema até o final do segundo mandato da gestão Lula. Tentamos estudar a hipótese de que, a despeito das mudanças de partidos políticos e presidentes no comando do país, o Brasil adotou uma estratégia de progressiva participação crítica e ativa nas discussões sobre futuro do regime, tendo sua política seguido duas linhas mestras básicas: defesa do desarmamento nuclear mundial em geral e do direito do país de desenvolver a tecnologia nuclear para fins pacíficos. Fundamos nosso estudo na análise da formação e das contradições do referido regime, bem como nos avanços e recuos do desenvolvimento das atividades nucleares no Brasil. Concluímos que durante todo lapso temporal examinado a política externa do país teve como elemento de permanência o que chamamos de “adesão resistida”, consistente na tentativa de conduzir a evolução do regime de forma a garantir espaços de autonomia para a atuação do Brasil na área nuclear, evitando assumir maiores encargos para o país, em particular em face dos instrumentos de não-proliferação, ainda que por vezes apenas por meio de ações simbólicas. Essa diretriz foi mantida durante o governo Lula, tendo se intensificado durante seu segundo mandato, que coincide com um interesse do país em fortalecer os projetos nucleares em seus diferentes aspectos. A despeito disso, não nos é possível afirmar que há uma consonância entre os investimentos brasileiros na área nuclear (que oscilam no período estudado) e seu posicionamento perante o regime em exame.

Palavras-chave: Política Externa Brasileira. Política Nuclear Brasileira. Regime Internacional de Não-Proliferação.

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Karen dos Santos Honório

24/05/2013, 16h30, PUC-SP

Tema de pesquisa: O significado da iniciativa para a integração da infraestrutura regional Sul-Americana (IIRSA) no regionalismo Sul-Americano (200-2012): um estudo sobre a iniciativa e a participação do Brasil.

Orientador: Flávia de Campos Mello

Banca: Carlos Eduardo Ferreira de Carvalho e RicardoUbiraci Sennes.

Resumo: Este trabalho busca entender o significado da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana ( IIRSA) no cenário do regionalismo sul-americano do século 21, bem como avaliar a participação brasileira nessa iniciativa. Nosso objetivo é o entendimento desse objeto por meio de uma descrição analítica desde seu surgimento até sua incorporação ao Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan) em 2009, procurando  entender  como a IIRSA funcionou e como os países e órgãos financiadores participaram, focando nosso trabalho no Brasil. Nossa intenção é ir além da análise do “projeto” proposto no começo do ano 2000 (período em que reside grande parte das análises) e avaliar em perspectiva, qual o presente estágio desse processo, ao longo dos dez anos, e o que ele nos indica sobre o atual momento da integração regional na América do Sul. Apontamos que a IIRSA não forjou nenhum arranjo inovador de integração na região e que a iniciativa reforça a tendência de um regionalismo pautado em relações bilaterais sem carga de institucionalidade supranacional, no qual o protagonismo das decisões fica por conta de cada país através de seu corpo técnico participante das reuniões. Dentro dessa lógica cada país agiu conforme seus interesses/capacidades políticas e econômicas, sem coordenação conjunta que efetivasse avanços em termos de implementação do que foi proposto.

Palavras-chave: América do Sul – Relações econômicas exteriores. Brasil – Relações econômicas exteriores. Desenvolvimento econômico. Bancos de desenvolvimento. Assistência ao desenvolvimento. Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA).

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Camila de Macedo Braga

29/01/2013, 14h00, Sede do Programa

Tema de pesquisa: As estratégias internacionais de prevenção à violência em massa e a "nova guerra" no Darfur.

Orientador: Suzeley Kalil Mathias.

Banca: Shiguenoli Miyamoto e João Paulo Candia Veiga.

Resumo: Na década de 1990, com a crescente polêmica em torno do “direito de intervir” das potências internacionais para deter as atrocidades em massa, um novo consenso seria formado sobre a necessidade de prevenir a ocorrência ou recorrência das mesmas. Os tradicionais mecanismos de ação coletiva internacional para a gestão de conflitos e crises seriam, simultaneamente, adaptados para abordar as “novas guerras” emergindo em âmbito global, que por sua própria natureza intraestatal associada às redes transnacionais, passavam a impor consideráveis desafios à sociedade de Estados. A resposta encontrada pelas potências internacionais, reticentes em intervir diretamente em áreas não consideradas como prioridade estratégica, seria a internacionalização do conflito através da redefinição de suas causas profundas ou estruturais, segundo as quais as atrocidades em massa se desenvolveriam em um contexto de fraqueza ou falência das instituições estatais e, por conseguinte, dos próprios mecanismos internos de solução de conflitos. A comunidade internacional teria então um papel auxiliar no fortalecimento ou reconstrução das instituições estatais, concebidas como a raiz do conflito, através de medidas de prevenção estrutural. Essa nova tendência, descrita pelo desenvolvimento de um “framework de prevenção” (oposto a um “framework de intervenção”), possibilitaria que a gestão destes novos conflitos, como aquele vivenciado nesta última década no Darfur (Sudão), fossem repassados aos atores locais, nacionais e regionais que teriam a responsabilidade primária em atuar. No entanto, ao enfatizar a liderança e o empoderamento destes atores na condução do processo de estabilização política, a comunidade internacional lograva fortalecer uma ordem interna estruturalmente violenta que permitira o aprofundamento do conflito em vigor em primeiro lugar. O caso do Darfur, sob o paradigma das “novas guerras”, também se desenrolou dentro de estruturas socialmente violentas, polarizada por rivalidades étnicas, que se mantém até hoje. A gestão internacional do conflito (mediação, peacemaking, peacebuilding, etc), sem reconhecer a natureza nãoestatal dos atores envolvidos, reforçaria estruturas institucionais inadequadas (e desiguais), procurando e falhando em mitigar a violência armada em vigor e prevenir sua disseminação.

Palavras-chave: “Novas guerras”. Gestão de conflitos. Prevenção. Darfur. Mediação internacional.

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Laura Carmen González Carranza

01/02/2013, 09h30, Sede do Programa

Tema de pesquisa: La USAID: paz, desarrolllo y capital

Orientador: Héctor Luis Saint-Pierre

Banca: Suzeley Kalil Mathias e Eduardo Mei.

Resumo: A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, por suas siglas em inglês) é a principal responsável das operações de desenvolvimento e assistência humanitária do governo dos EEUU. Ao longo de sua histórica, interveio em diferentes lugares do mundo segundo o contexto político. Assim, durante a Guerra Fria muitas de suas iniciativas estavam orientadas ao combate da influência comunista; tanto que hoje o desenvolvimento é o principal objetivo, já que ele está profundamente articulado às necessidades da consolidação do sistema capitalista. É por isto que no ano 2001 criam a chamada Aliança para o Desenvolvimento Global, a qual é um modelo para implementar o desenvolvimento mediante uma aliança estratégica com atores de diferente natureza como a Comunidade Internacional, Organizações Não Governamentais, universidades, organizações religiosas e corporações multinacionais, entre outras. Todos os atores são favorecidos nesta aliança e de forma particular, as corporações multinacionais beneficiam-se com as iniciativas de desenvolvimento, já que estas são uma sorte de base para seu crescimento econômico; igualmente, a assistência humanitária lhes permite gerar benefícios econômicos de diferentes formas. No presente trabalho vamos analisar qual é a importância do tema do desenvolvimento, liderado pela USAID na pôs Guerra Fria; e qual é a relação da Aliança para o Desenvolvimento Global com as necessidades de avanço do sistema capitalista no sistema atual.

Palavras-chave: Estados Unidos. Desenvolvimento econômico. Empresas multinacionais.

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Sylvio Henrique Neto

25/03/2013, 10h00, IFCH-Unicamp

Tema de pesquisa: A defesa do etanol: as estratégias da União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA) frente a US Environmental Protection Agency (EPA), de 2002 a 2010

Orientador: Reginaldo Carmello Corrêa de Moraes.

Banca: Tullo Vigevani e Noemia Ramos Vieira.
Resumo: Esta pesquisa buscará compreender como a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar do Estado de São Paulo) organiza-se para atuar na defesa dos interesses dos seus associados do setor sucroalcooleiro brasileiro, principalmente no tocante à construção de arranjos cooperativos internacionais facilitadores da liberalização do comércio de etanol, visando transformá-lo em uma commodity energética global. Para tanto, mapearemos suas estratégias de duplo-lobby, as quais consistem na manipulação dos mecanismos formais e informais de formulação e execução da política externa comercial agrícola no Brasil e nos Estados Unidos.

Palavras-chave: Brasil, Estados Unidos, Ethanol Commodity, Estratégia Internacional, UNICA, Política Externa Comercial.

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Lucas Amaral Batista Leite

07/02/2013, 10h00, Sede do Programa

Tema de pesquisa: A construção do inimigo nos discursos presidenciais norte-americanos do Pós-Guerra Fria.

Orientador: Marco Aurélio Nogueira.

Banca: Cristina Pecequilo e Samuel Soares.

Resumo: Este trabalho busca compreender a evolução da narrativa do inimigo por meio da análise dos discursos presidenciais norte-americanos como o State of the Union – e outros selecionados tematicamente – entre os anos de 1989 e 2009, correspondentes aos governos de George H. W. Bush, Bill Clinton e George W. Bush. Para tanto, usaremos das proposições teóricas de autores pós-estruturalistas como David Campbell e Robert Walker, além de utilizar a estrutura de pesquisa proposta por Lene Hansen. Junto à análise discursiva, abordaremos as principais questões de Segurança no período proposto como forma de alusão às representações do inimigo e de forma a enriquecer o trabalho. Nossa hipótese é a de que a mudança, por vezes proposta expressamente por alguns presidentes e autores de estudos sobre os Estados Unidos, é na verdade uma adaptação de discursos recorrentes na condução da política norte-americana. Dessa forma, buscaremos analisar quais os elementos centrais e dissonantes para o período em questão.

Palavras-chave: Estados Unidos da América. Inimigo. Pós-Estruturalismo. Discurso.

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